quinta-feira, 8 de março de 2012

Do segundo dia de trabalho

Tentarei ser breve.
Na terça, fomos para o Stª Maria. Esse é o orfanato no qual trabalharemos todas as segundas e terças. Nele, só moram meninas e aquelas com as quais trabalharemos têm entre três e 15 anos.

O primeiro problema que enfrentamos já era esperado: as crianças são muito carentes. Elas já vieram nos abraçando, falando sem parar e não largavam quem eles abraçavam. Mas esse não era o problema. O problema, de fato, é que todo mundo cedeu, menos o cara que dizem ter gelo no lugar do coração: eu. Pode parecer maldade, frieza ou qualquer coisa parecida, mas eu sei que, nesses casos, além de carinho e afeto, eles precisam de organização e disciplina, e eu agradeço à minha mãe e às professora Rejâne, Rosiemere e Yukari por isso. Meio mambembe, fizemos nosso trabalho e, ao final, todos estavam exaustos e deprimidos, um, porque trabalhar com esse público nos faz nos sentirmos impotentes diante de tudo aquilo que elas demandam, dois, porquê a seção foi um fracasso. Eu, todavia, sai contente, porque elas estavam super interessadas em saber mais sobre o Brasil e Indonésia, então, acho que nós deixamos alguma sementinha na cabeça delas, algo nosso.
Depois, Raluca nos convidou para sair. Fomos para um dos poucos lugares no qual fumar é proibido. Dá para imaginar que lugar é esse, não é? Era uma casa de chá!! Eu simplesmente adorei o lugar. E olhe que nem sou fã de chá. Mas o lugar é lindo, limpo, cheiroso, agradável, com uma linda música de fundo, gente bonita e elegante... Peguei um chá de frutas roxas e uma torta de frutas silvestres naturais da Romênia e brinquei de ser feliz.


A torta.


Raluca, que não dá ponto sem nó, começou a trabalhar conosco. Ela é do time de gestão de treinees e a função dela é garantir que tenhamos a melhor experiência possível.  Ela fez duas bombásticas e simples perguntas: vocês perceberam que vocês só têm mais quatro semanas aqui? Vocês já planejaram tudo o que querem fazer?
Sério: fiquei meio minuto em silêncio e choque.

Peguei um papel e comecei a escrever TUDO o que eu queria fazer aqui. Escrevi em português, porque eu sou lindo. Discutimos um pouco e... perdemos o metrô.
Vocês não sabem, mas, Erin, Ruri e eu somos mestres em perder o último metrô. Sorte nossa, aqui, taxi é baratíssimo. Fomos pro hotel e eu fiz o que mais detesto: abri o excel. Programei minha vida até o dia 24 de março, que é o dia do meu retorno a Salvador. Isso vai ser legendário.

Um comentário:

  1. Bruno, "gente bonita e elegante" foi meio assim assim, né...

    Isso que vc contou me lembrou uma coisa que li... tenho em pdf, vou lhe mandar.. se vc achar um tempo nas suas madrugadas vc olha.

    Bjosss

    ResponderExcluir