quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Do Frio na Barriga


Esse post, provavelmente não será postado hoje (dia 07/02), uma vez que o Aeroporto Dois de Julho não tem uma internet que preste para aqueles que utilizam seus serviços. Bom, mas eu não estou aqui para ficar apontando como as coisas em Salvador estão jogadas às traças (até porque isso seria como chutar cachorro morto).

Minha mente foi dominada ligeiramente por uma enchente de expressões que podem dar forma ao que eu estou sentindo:

Estou com borboletas no estômago.
Estou com o coração na mão.
Estou com o cu no ponto.

Ainda que essas expressões sejam bem ilustrativas, acredito que muito ainda fica de fora. Eu não faço ideia do que é isso que estou sentindo...
Uma coisa curiosa é que essa situação me fez lembrar de uma discussão que tive em sala de aula. Para mim, compreender não é sinônimo de entender. Hoje, eu acho que essa diferença é ainda mais sólida em minha cabeça.

Para mim, compreensão está muito mais ligada a uma apropriação cognitiva, a uma capacidade de apreender, racionalmente, aquilo que aconteceu, mas que você não vivenciou. Esse seria o grande diferencial no entendimento. Para mim, entender é sentir, é passar por uma experiência e assimilá-la. Você pode compreender a dor de uma pessoa, mas você só será capaz de realmente entende-la, passando por ela.

“E porque cargas d’água você está dizendo isso, Bruno?” É porque, hoje, eu entendo muito bem aquela sensação que meus amigos que já fizeram intercâmbio falaram: a ficha só começa a cair quando você entra no avião. Ainda não entrei no avião, mas o pavor já está me assolando. O pavor do desconhecido me parece, agora, um dos piores que já experenciei e a prova disso são esses arrepios que estão percorrendo as minhas pernas e a minha nuca. Esse pavor talvez só seja equiparável à “sensação de perda”: perda dos meus amigos [muito obrigado por todos(as) que lembraram e que ligaram e que me visitaram] , da minha rotina (mas a greve da Polícia Militar já tinha feito isso), do cheiro maravilhoso da minha cidade que amo muito, da brisa do mar, da comida baiana... Perda de uma vida. Além disso, ver minha mãe chorando num abraço apertado que me deu me fez lembrar que o Amor tem muitas formas e me deixou um nó na garganta que custará a passar.
Pois é, minha vida até os dias de hoje acaba hoje. Chegarei na Romênia um novo homem e sairei de lá ainda melhor do que chegarei.

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