terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Da Conferência BucaViena


Quem disse que despertador me acordou? Que disse que as três ligações de Sandi e as duas de Irina me acordaram? Só acordei às 6h40min com Erin batendo na minha porta. Arrumei a minha mochila na velocidade do som. Às 7h, saímos correndo para a estação de metrô, que, a propósito, fica na frente do meu hotel. Chegamos na estação à tempo, mas Irina já tinha nos ligado umas quinhentas vezes. Obviamente, não seria tão fácil!! Saímos pela saída errada. O ônibus estava nos esperando na frente da outra saída. Mas, o que há de melhor para a saúde do que uma excelente caminhada matinal sobre um monte de neve? Corremos desesperadamente para achar em que cargas d’água de lugar estava o ônibus estava. Entramos, pedimos desculpas e sentamos. Tentei dormir, mas minha relação com sono só não deve ser pior do que a com ônibus. Fiquei enjoado. A conferência, que reunia os Escritórios (LC = Local Comitee) de Viena e Bucareste aconteceu numa cidade chamada Vălenii de Munte e aconteceu entre os dias 11 e 14 de fevereiro.

Foram quatro dias de puro aprendizado. Eles prepararam diversas seções que variaram entre reflexão e compartilhamento de conhecimento. Vocês precisavam ver. Eu estava exausto, mas não tinha como não participar. Havia seção sobre como organizar sua vida, como aliar os seus picos hormonais diários com momentos de trabalho e de diversão... Foi MUITO bom. Além disso, vi diferentes formas de trabalho, tanto do pessoal de Bucareste como do pessoal de Viena.

Outro ponto bem legal foi ver cooperação deles. É uma coisa incrível. Dá para sentir no ar o afeto e certa gratidão de um CL para o outro, além da gratidão das pessoas de ter os facilitadores ali dando o máximo para nos instruir ao máximo.

Infelizmente, o quartos tiveram problemas com o aquecedor (post anterior) e resolveram brincar de iglu, mas só foi no primeiro dia (graças a Deus!!!).

O quarto (e a neve caindo).

Todos os dias teve festa (não haveria de ser diferente). No primeiro dia, o tema foi Global Village. Tivemos comidas e bebidas típicas da Romênia e de Viena, além de comida da Turquia também. Experimentei um chocolate austríaco que eles colocavam dentro de uma bebida alcoólica e, depois, tacavam fogo. Imagine você com uma bola de chocolate incandescente num palito de dente e todo mundo gritando “come!!”! Eu achei que ia queimar minha boca, mas foi de boa. Além do mais, foi engraçado. Ainda tive fôlego para experimentar umas bebidas aqui e outras ali. Aqui na Romênia tem uma tal de palinca, que, meus irmãos e minhas irmãs... Deus benza! Arde até a alma.


                                   Maya (Japão)                                Siddik e Erin (Indonéisa) e Maya

Eu, Maya e Edynaldo 

No segundo dia, não parava de nevar, já era o segundo dia ininterrupto (videozinho). Durante uma das seções, uma menina chegou com o cabelo congelado e com neve até as fuças. Perguntaram a ela o que aconteceu e ela, calmamente disse “as estradas estão oficialmente bloqueadas. Ninguém vai e ninguém volta”. Essa foi a primeira vez na vida em que me senti em um filme de terror, sabem? Aqueles filmes clássicos que uns idiotas quaisquer ficam presos em um vilareijo desconhecidos e morrem por conta de algum ser imortal e imbecil que só mata pela vontade de matar? Pois! Me senti assim. Olhei para a cara da vice-presidente de gestão de talentos e ela me deu um sorriso cândido como que dizia “não se preocupe. Tudo ficará bem”, mas eu fiquei com meu coração na mão. Na noite, o tema da festa  foi Zen, mas eu estava cansado demais para ficar zen, por isso, só fiquei umas duas horas. Ah! Vale salientar que eu fui o único trainee que restou na conferência (pelo menos, que eu me lembre). Todos haviam voltado à Bucareste.

Nevando! (^.^)

Na terceira última noite, foi massa. Antes da festa, a delegação de Bucareste fez um vídeo para homenagear a delegação de Viena. Foi fofinho.  O tema da festa foi Semáforo e eu bem sei que vocês sabem dessa festa*. O curioso é que, até agora eu não sei o que me surpreendeu mais: eles terem esse tema de festa ou, MAIS DA METADE DA GALERA estar de verde. Eu dei boas risadas. Estavam tentando me fazer entrar no kissing competition, mas eu detesto esse tipo de alarde e fiquei bem bonitinho no meu canto só registrando as coisas. Mas, eu não sou santo, nem estou me aplicando para esse tipo de vaga... Não sei se vocês já participaram de um boat race, por isso, vou explicar. Essa uma competição entre dois times, cada um com quatro pessoas. Todos ficam com os polegares e os queixos na mesa e com um copo de bebida alcoólica (foi cerveja) em frente do nariz. Ao sinal de um dos juízes, um de cada time bebe o mais rápido que puder e, ao final, põe o copo na cabeça e cutuca o colega do lado que deve repetir o processo. Todo mundo bebe duas rodas (ADORO o vídeo abaixo). Meu time estava sobrando. Na verdade, as meninas do meu time só fizeram time comigo por que eu queria participar. O fato é que virei lenda aqui por virar o copo mais rápido da história (mas meu time perdeu).


No dia seguinte, tivemos mais seções e o momento de agradecimentos de uma delegação para a outra. Foi bem legalzão!!! Além disso, na AIESEC, temos a tradição do sugar cubes, que são envelopes com o nome dos participantes nos quais você queira deixar recados que você não quis ou não teve tempo de dizer. Eu achei que nem ia ter nada no meu, por isso, vocês podem ter ideia de quão feliz fiquei quando li vários recados extremamente carinhosos de várias pessoas. Enfim, sou um homem de sorte.

Depois, rumamos para o ônibus. Estava bem gelado e com neve por toda a parte, mas não nevava mais. Tirei umas fotos legais.


Isso costuma ser um rio.

As motanhas que ainda vou visitar um dia.

A paisagem depois de alguns dias de pura neve.

O menino da Macedônia não estava mais no meu quarto quando voltei. Agora, estou dividindo quarto com Mert, da Turquia. Ele é um cara legal e tranquilão.



* Se você está lendo essa parte é porque: 1) Não tem vergonha na cara; 2) É bem inocente. A festa do Semáforo ou Sinaleira (ou como queira chamar) é uma festa na qual as pessoas se vestem com as cores do semáforo. O vermelho significa PARE (a pessoa está comprometida), o amarelo, ATENÇÃO (ou a pessoa está enrolada ou ela não está tão para jogo assim – Essa foi minha cor, a propósito) e verde significa SIGA EM FRENTE (ou seja, pode vim quente que eu estou fervendo, tô pra jogo ou outras figuras de linguagem que lhes agradarem)

2 comentários:

  1. A Palinka é tradicional mesmo da Hungria. Tem na Romênia porque tem pedaços da Romênia que antes eram da Hungria. Eu trouxe uma garrafa. Ta esperando você voltar junto com a Vocka Ucraniana de Nina.

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